quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Um engano

Não tire esse
Sorriso do seu rosto não
Não se deixe levar
Por uma ilusão

Você não é pior
Nem melhor que ninguém
Não comece a chorar
Que o seu rosto é pra rir

Deixe o mundo girar
E o povo falar

Pois o jeito é seu e nem eu nem ninguém
Vai dizer que você não está certa
O seu olhar não fica bem se está molhado
Haja o que houver eu vou ficar bem do seu lado
E ai de quem vier falar que não

Não vá se enganar
E pensar que já passou
Seus anjos 'tão aqui
E é tão fácil ver
Foi você quem falou

Pense um pouco
Antes de começar a achar
Que onde está não é
Mesmo o seu lugar

Faça o que fizer
Não se deixe levar

Aprenda com o mar a ter a paciência
Que você deve levar para todo lugar
O seu olhar não fica bem se está molhado
Haja o que houver eu vou ficar bem do seu lado
E ai de quem vier falar que não

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

É tão difícil

Eu sento e espero o telefone tocar
Mas meus pensamentos correm pelo ar
É tão difícil permanecer sentado
Pois eu estou muito abalado

Eu sei que não devia pensar
Que você vai mentir pra mim
Mas nunca consegui me acalmar
Eu sempre fui assim
É melhor previnir do que remediar
Não quero me machucar
Então o que você puder me garantir
Fale sem pensar

Só para me acalmar
Hoje, não deixe de ligar pra mim

Minha cabeça gira e eu sonho com você
Mas não acordo bem, não sei porque
É tão difícil controlar os meus instintos
Só eu sei o que eu sinto

Eu sei que não devia pensar
Que você vai mentir pra mim
Mas nunca consegui me acalmar
Eu sempre fui assim
É melhor previnir do que remediar
Não quero me machucar
Então o que você puder me garantir
Fale sem pensar

Eu sei
Quando ela está comigo
Que não queremos mais nada no mundo
Mas quando
Eu estou sozinho
Ela me escapa em menos de um segundo

Então, só para me acalmar
Hoje, não deixe de ligar pra mim

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Entender o mar

Eu gosto de nadar no mar.
Gosto mesmo. Sempre que posso, boto meu short e pulo na água. Passo muito tempo nadando, curtindo a sensação gelada e confortante que a água passa. Sentindo o cheiro e o gosto do sal. Mergulho, e esqueço da vida. Poucas coisas são tão boas do que aproveitar o mar, despreocupado.

Mas o mar nem sempre colabora com meu descanso, e eu nem sempre estou atento.

De vez em quando, eu acabo esquecendo tanto da vida, que esqueço até que não mando no mar. E quando ele começa a curtir suas ondas mais fortes inocentemente, eu já não lembro mais que não controlo essas ondas.
Claro, é ruim nadar quando as ondas estão muito altas e a correnteza muito forte. Quando isso acontece, o certo a se fazer é sair do mar e esperar ele se acalmar. O mar não vai sair de onde está, e eu sempre poderei voltar mais tarde.
Mas como eu disse, de vez em quando eu esqueço de tudo. Me parece que ele, com suas ondas e correnteza, está favorecendo outros apreciadores, como surfistas. E como me sinto mal com as ondas, vou de encontro a elas. Bato com elas de frente, esperando estilhaçá-las.

Esqueço até que não importa a força que eu tenha, ondas são naturais. Não se pode impedi-las. E mesmo sem ter isso como objetivo, elas acabam batendo com tanta força, que me levam de volta à areia. E para mim, parece que o mar está querendo que eu vá embora.

Mas não é isso. Eu acabo tendo que me desanimar na maioria das vezes e voltar para casa para ver que ele não estava pedindo que eu fosse embora. Estava só sendo como é, o que eu teria visto se tivesse mais calma. O grande problema é que o mar não tem como me comprovar que ainda me espera. Eu tenho que confiar nele e esperar a calmaria chegar.

A essa altura, eu já deixei de esquecer de tudo. Já lembro como as coisas funcionam, e que o mar não pode se mover.
Mas eu juro: quando percebo que fui embora só porque não entendi o que ele estava fazendo, eu fico com medo de dia seguinte o mar não estar mais lá.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Devaneio

Ele aproximou-se da praia, um passo de cada vez. O cheiro salgado das ondas do mar fez com que suas narinas se dilatassem involuntariamente. Era um cheiro um pouco incômodo para seu olfato, mas estranhamente nostálgico. Sentou-se na areia fina e pálida, como fazia na infância, e olhou para o horizonte.
Milhões de luzes minúsculas piscavam do outro lado da baía, cada uma com sua cor e formato particulares, fazendo-o pensar que cada uma daqueles milhões de pontos luminosos anunciava um edifício ou construção diferente. O reflexo das luzes nas águas do mar retorcia-se lentamente, como se estivesse tentando mover-se em sua direção. Ele inspirou fundo, enchendo seus pulmões com o ar noturno e gelado, numa sensação de frio e tranquilidade. Cada brisa que passava por seu rosto carregava consigo grãos de areia e sal que tocavam sua pele com força o suficiente apenas para lembrá-lo que ele ainda podia sentir até mesmo as coisas que não conseguia enxergar.
Tornou seu olhar para o céu, e reparou que ele estava completamente coberto. Não conseguiu ver estrela alguma, e até mesmo a Lua parecia tímida, escondida atrás da luminosidade da cidade. Ele amaldiçoou aquela cidade estrelada, que o impedia de ver os verdadeiros astros, mas não conseguia sentir raiva dela pois também apreciava muito a sua beleza. Ali ele permaneceu sentado, por mais ou menos trinta minutos, pensando em algum jeito de resolver o dilema das estrelas, inspirando fundo e expirando o ar úmido e ao mesmo tempo seco por carregar tanto sal.
Ao lembrar que a manhã começaria a aproximar-se em pouco tempo, se levantou, livrando-se da areia que se alojara em sua calça sem permissão com pequenos tapas. Dirigiu-se até a rua de paralelepípedos, que mais lhe pareceram barras de ouro por estarem refletindo as luzes amareladas dos postes, e pôs-se a andar até sua casa. Já estava muito tarde, e o amanhã viria de qualquer forma. Que ele ao menos estivesse descansado quando tivesse que encarar sua jornada, ele pensou, e despediu-se da praia e das estrelas, tanto as do céu quanto as da Terra, com um curto, porém pesado, suspiro.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Revolucionário

Eu já quis mudar o mundo.

Já rodei por muitas cidades, conheci muita gente
Gente poderosa, gente sem voz
Gente pobre, gente rica
Gente boa e gente má.

Mas o mais incrível é que em todos os lugares,
Toda essa gente, incrívelmente diferente

Eram tão iguais...

E não importava o quanto eu gritasse
Eles cometiam exatamente os mesmos erros

Eu ri deles. Gargalhei fundo.
Até perceber que eu era exatamente como eles
E parei onde estava.

Não me importo mais se eu não conseguir mudar o mundo.
Não ando mais por aí a procura de objetivos.
Quero ficar onde estou, quero apreciar as pessoas que estão ao meu redor
Até porque, o que é meu mundo, senão elas?
O que é meu mundo, senão você?

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Bom, decidi postar o que sair mesmo... Senão o blog vai ficar muito abandonado. Até mais!

PS: Amanhã vou zerar Metal Gear Solid 4
PS2: ... (para o PS anterior)

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Poesia (ou tentativa de)

Um dia eu conheci um homem que veio da Lua
Ele caiu de lá na minha frente
Se levantou e veio me contar
Como era a paisagem lunar
Com suas dunas e montanhas de cor de prata
E o céu, eternamente estrelado
Parecia-se com um córrego dourado
De astros incrívelmente iluminados

Ele falou que conseguiria me enviar até lá
Mas eu fiquei com pena da figura
De que adianta tanta beleza, sem ninguém para compartilhar?
Foi a minha vez de dividir uma história
E contei a ele sobre uma garota

Seus olhos, mais iluminados que qualquer estrela
Seus sentimentos, mais puros do que qualquer metal
Seu sorriso, mais brilhante que a própria Lua

Despedi-me dele, sorrindo, e fui encontrá-la

Dois dias depois fiquei sabendo
que o homem que veio da Lua estava morando na Terra
Namorando sob a luz do luar

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Cordão

O que eu seria
Se naquele dia
Eu tivesse saído
Não tivesse te ouvido

Será que ainda
Estaria aqui
Na minha cidade?
Saberia onde ir?

Será que veria o céu estrelado
O mar se tornando, de calmo, agitado
Será que teria você ao meu lado?

Não. Eu não me importo com o que poderia ser
E muito menos, me arrependo do que fiz
Pois eu sei que o que é
É o que sei que me faz feliz